4/25/2006

Enquanto o post não vem...



...Toma essa!

No fone: Sondre Lerche - "Two Way Monologue"

4/13/2006

Brokeback, até que um dia!

Coen, Wachowski, Farrelly, Hughes... São tantas boas duplas de diretores paridos pela mesma mãe que tô quase convidando meu irmão pra rachar uma câmera no Chuí. A última palavra em cineastas-irmãos é a dupla australiana Peter & Michael Spierig. Quem?? Os caras faturaram altos prêmios de cinema fantástico lá fora, com Canibais. Engenhoso, Undead é uma dessas pequenas jóias do terrir - fazia tempo que eu não dava duas gargalhadas numa mesma sessão. Dos atores aos efeitos, tudo é irregular, mas o charme caseiro acaba pondo no bolso esses lixos com verniz Michael Bay. Nota 7.

Não sei se me faltou massa encefálica pra absorver todas aquelas informações, mas Angels in America trouxe em sua hora final irritantes ares pseudo-intelectualizados. Não que a minissérie não traga quatro ou cinco seqüências não menos que brilhantes em seis horas de duração. Imagina essa média num longa de Hollywood. E posso estar errado, mas uma atuação visceral é algo que Al Pacino nunca mais vai conseguir em celulóide. Nota 8.

O posto de pior do ano já tem dono: A Sogra. Rapaz... é de doer. Pobre Jane Fonda!! Não era melhor ter ficado em casa? Diabos, que graça tem em ver uma pessoa com a cara enfiada num prato de mondongo? No mais, é torcer pelas cenas em que J. Lo abana o rabinho (ão). Nota 3.

O título é o mais estranho: Matando Cabos. Mas não é que essa modesta comédia de ação mexicana não é das piores? Cabos, na verdade, é um chefão do crime que acaba de ser seqüestrado por dois bananões, um deles seu genro. Na rabiola aquelas reviravoltas de sempre, mas com um saudável frescor que entrega a satisfação do pessoal em filmar aquela bobageira. Como seu primo-irmão Nicotina, Cabos bebe na fonte de Tarantino, Guy Ritchie e o "manual do cool": edição de cortes rápidos, telas divididas, dedos decepados, acidentes improváveis... Bacaninha. Nota 6.

Toy Story é sempre foda. Acho o segundo ainda melhor, mas esse aqui inaugurou a era digital nas animações e continua com seu charme intacto. Obra de gênio. Nota 9,5.

Como uma Fênix, Woody Allen se reinventa com Match Point. Ainda que traga muita psicologia, traições e diálogos mordazes, é um suspense cheio de tensão, nervosismo e algumas gotas de sangue. Coisas que eu nunca imaginaria que esse senhor diretor e roteirista tivesse culhões pra nos mostrar - ainda mais numa idade em que se quer mais é ficar em casa lendo ou aparando a grama do jardim. Mas traição é o nome do meio do homem (lembram da Soon-Yi?) e o filme é mesmo elegante, um thriller clássico - mas que, justamente por isso, acaba topando pela frente com pequenos clichês. Falando em diálogos, achei muitos deles um tanto óbvios e indignos da caneta voraz do mestre. No frigir dos ovos, é anos-luz mais relevante que os Woodies recentes, mesmo que um tanto supervalorizado pela mídia em geral. P.S.: Scarlett se perdeu mesmo. Muito fraca. Nota 7,5.

Se a câmera de Ang Lee se dá bem em qualquer gênero, não seria com o estupendo roteiro de Brokeback Mountain que ela iria pifar. Ao contrário de bobagens assépticas como Filadélfia, aqui a coisa finalmente ganha ares de censura 18 anos. Talvez o filme do ano, e o melhor romance desde As Pontes de Madison. Ponto. Nota 9,5.

Minha avó dava aula de piano. Vendo A Professora de Piano me lembrei dela, bem velhinha já, lá na "sala do papel de parede", envolta com suas alunas branquinhas como a neve. Tirando uma ou outra voz de comando ("no passo da formiguinha: tom-tom-tom-TOM/tom-tom-tom-TOM!") gritadas aos alunos por Isabelle Huppert ao longo da projeção e que me remeteram àquelas tardes no apê da vovó, não acredito que a véia Zelda fosse adepta do sadomasoquismo e matasse o tempo ocioso indo em cabines eróticas pra cheirar as "homenagens" da homarada, ou assistir a casais trepando em drive-ins. Que bom que existe hoje um Haneke pra nos fazer crer que o cinema ainda é capaz de pulsar com toda força. Multidimensional, perturbador e tecnicamente perfeito, A Professora... merece urgentemente ser visto por mais gente. Nota 9.

Falta foco a Tudo Acontece em Elizabethtown. Há uns dez minutos mágicos perto do final, e é ali que a gente finalmente percebe que quem está atrás da câmera é o Cameron Crowe de Quase Famosos. Todos os 6,6 mil segundos restantes são de uma sonolência sem fim. Volto a repetir: Orlando Bloom ainda não tem cancha pra carregar um filme nas costas. E eu simplesmente não tolero ficar acompanhando fracasso de engravatado. Aproveitando a deixa, Alec Baldwin só faz multimilionários, agora? Nota 6.

Se A Chave Mestra não é uma bomba completa, também não amarra os cadarços do maior clássico do subgênero "magia negra": Coração Satânico. A fórmula é a de sempre: roteiro perdido + visual escuro + coadjuvantes desperdiçados + final chuvoso. E o resultado... Nota 5.

No fone: Ted Leo & The Pharmacists - "Timorous Me"