5/16/2007

I'm back FROM the future!


Bem, inimigos da Rede Globo, agora em definitivo para acompanhar as emoções de Homem-Aranha 3 (2007) em...

sete pontos negativos
- a tão malfadada franjinha emo
- Octopus 1 x 0 Homem Areia/James Franco/Venom
- ação menos intensa (incluindo aí a má direção de alguns atores, sr. Raimi)
- efeitos ainda legais, mas já dava pra exigir perfeição
- trocaram "Pega eles, Tigrão" por um "Peter, como você é nerd"
- os três ou quatro finais querendo se equivaler a O Senhor dos Anéis em relevância
- James Franco

...e sete positivos
- meu super-herói preferido, pô! Só perde para a maravilhosamente desmiolada besta-fera que é o Hulk (em breve o 2, com Edward Norton e Tim Roth!!)
- ação mais extensa (pena que a cena mais agitada ficou no início, aquela que acaba com o James Franco dando de testa no chão)
- o ingresso de oscarizáveis em cena (Thomas Sideways Church e James Cromwell)
- Bryce Dallas Howard (uuhhh...)
- Kirsten Dunst? Claro
- o primeirão em carne-e-osso que o Gus viu no cinema (ser legendado era a condição!)
- ***SPOILER*** James Franco morre ***FIM DO SPOILER***

Fica com um 7 e tamos conversados. Algo me diz que agora o Sam Raimi volta a fazer umas coisas boas tipo Um Plano Simples. Nota 7.

Céus, não sei o que falar de Filhos da Esperança (2006). Não sei mesmo. Nota 9,5.

Corri o mundo atrás de Eu, Você e Todos Nós (2005) e nada. Lojas, locadoras, revistarias, super, nem nos camelôs de Porto tinha! Eis que meu novo amigo Titi Piccoli, fotógrafo com cérebro lá do jornal, chega com uma cópia do DVD. Sabia que essa espera ia valer. Anote, pequeno gafanhoto: "Miranda July". Nota 9.

Outro que catei às ganha foi Crime Ferpeito (2005), ou "os cinco pila mais bem gastos que eu podia dar num DVD pirata". Espero que seja meu primeiro Alex De La Iglesia de muitos. Comédia das mais selvagens, literalmente. Daquelas poucas onde se diz "inacreditável" umas quantas vezes. Vejam, vejam, vejam. Nota 8,5.

Ken Watanabe vingou mesmo, que massa. Adoro o cara. Em Cartas de Iwo Jima (2006) ele vai te fazer torcer contra a americanada, com gosto ou à força. Olha que filme de guerra tem tudo pra ficar chato. O ponto favorável é esse mau tempo que a gente vive, onde se torna muito mais fácil desgostar dos ianques, mesmo que seja numa história que aconteceu há 70 anos. O coreano lá da Virginia que o diga. Lógico que não é preciso dizer que o grande herói aqui é Clint Eastwood, 76, o último dos durões, o homem dos três pulmões, e até rimou. Nota 8,5.

No filme-irmão A Conquista da Honra (2006) o Clint tenta, tenta, constrói umas cenas bem bonitas, uns planos da porradaria no front tão abertos e detalhados que não dá pra crer, coisa de Peter Jackson mesmo, mas a gente se deixa agarrar só lá pela meia hora final. Aí parece meio tarde pra reverter o jogo. Mas que meia hora! Nota 7,5.

Fuleiragem nos multiplexes! Não consigo tirar da cabeça a imagem de um casal de velhinhos, cabelo branco, pochete e tudo, se levantando da poltrona na cena em que o gordo Azamat enfia as bolas no bigodão do Borat (2006) num quarto de hotel. Sensacional. A última vez que eu tinha visto alguém abandonar a sala tinha sido em Sin City, por outros motivos. Palmas, palmas. Nota 8,5.

Claro que O Labirinto do Fauno (2006) dá um orgulho em todos nós, latinos. Mas já nos tempos de Blade 2 dava pra antever o sucesso de Guillermo Del Toro, diretor criativo nas cenas de ação e até que interessante nas mais intimistas, algo que se confirmou no ótimo Hellboy. Que continua o meu preferido dele. Quer dizer, ainda falta ver Cronos (1997)! Nota 8.

A crítica se dividiu, eu fico em cima do muro com Babel (2006). Dizem que o próximo Iñarritu vai ser um épico de 220 minutos sobre os efeitos que um puxar de descarga no Pólo Sul terá sobre a Groenlândia e a ilha de Timbuktu. Nota 7.

Não foi com A Rainha (2006) que Stephen Frears voltou ao poderio de The Grifters ou Ligações Perigosas. Não culpem Helen Mirren, gigante, divina, arretada da peste, pela overdose de badalação. Como está, é um notável filme de atriz - com insistente pianinho do Supercine ao fundo. Nota 7.

Sim, aquele papo de que rolavam umas risadas involuntárias durante 300 (2007) era sério. Gerard Butler fica latindo o tempo inteiro, meio "que horas são, Gerard Butler?", "CINCOOOOO PRAAAAS QUAAAAAAAAAATRRRRROOOOOOOO!!!!!". Afetadíssimo. Menos mal que sangue respingando com classe é sempre cool. Nota 7,5.

Vai achando que é papinho oportunista, mas minha mãe, por exemplo, lembra que um dos heróis favoritos de toda minha infância foi o Motoqueiro Fantasma (2007). O personagem - uma caveira flamejante que cagava a pau a torto e a direito, deixando um rastro de fogo com sua Harley envenenada - aparecia na segunda metade do gibi do Hulk, entre as aventuras do Cavaleiro da Lua (outro visual marcante) e do robô Rom (um chato, diga-se). Os traços tinham uma atmosfera muito deprê, tudo escurão. Alguns quadros pareciam o mais enfumaçado e intimidante cenário do mais assustador desenho de mistério do Scooby-Doo. E aí chega o Nicolas Cage se dizendo o maior admirador do personagem e comete uma aventurinha que não machuca ninguém, colorida, com direito a mastigação de jujubas, vilões saídos de uma sessão de fotos do Evanescence e uma trilha tipo Robert Rodriguez depois da décima quinta tequila. Uma bosta completa não é (nada supera a ruindade de Quarteto Fantástico ou Demolidor), mas se tivessem levado a coisa a sério podiam ter deixado a coisa do nível dum Hellboy ou Darkman. Nota 6,5.

À Procura da Felicidade (2006) é o filme mais corajoso do ano. Corajoso pela cara-de-pau em insistir nos clichês mais vergonhosos, por forçar a barra em pretensas cenas "de Oscar", corajoso por escancarar uma "miséria" que milhões de brasileiros dariam um braço pra vivenciar. Há quem torça e se emocione, mas, pra mim, melodramas (lá vem o pleonasmo) edificantes e chorosos já deram o que tinham que dar. Fácil de assistir? Até é. Mas não vale um terço dos dez pila que deixei na bilheteria. "Ah, mas o Will Smith não ta bem?" Zzzzzz... Nota 5,5.

Uma Noite no Museu (2006) vai fazer bonito na Temperatura Máxima. Será que Dick van Dyke e Mickey Rooney güentam até lá? Nota 7,5.

Will Ferrell ganhou mais um fã. Molhei as calças em O Âncora e quase cheguei lá com esse Talladega Nights, que por aqui ganhou o impronunciável título Ricky Bobby - A Toda Velocidade (2006) Se o cara sozinho já é um assombro, tente visualizá-lo contracenando com Sacha Baron Cohen, seu arquiinimigo. É mais ou menos como Steve Martin vs. Peter Sellers. Nota 7,5.

A empolgação com o Will Ferrell foi tanta que lá tava eu alugando Um Duende em Nova York (2003). O homem é foda a ponto de não te levar a vomitar ao ouvir as palavras "filme infantil de Natal". Nota 7.

Levou tempo A Fonte da Vida (2006). Vergonhoso que ninguém aqui no sul do Sul se dispusesse a exibir o tão falado filme de Aronofsky. Gosto muito de Pi e Réquiem para um Sonho, contei os dias pra sair o DVD, mas a impressão final é que o diretor gosta mesmo é de complicar. O visual é afudê, enredo até emociona e o Wolverine sabe mesmo atuar. Precisava encher tanta lingüiça? Nota 7,5.

Dos subgêneros mais ducaralho que pintaram por aí, o gore terror é espetáculo para bem poucos. Por que levar a sério certas expressões artísticas e outras não? Criatividade é o que não falta nessas pequenas jóias, nem humor ou cara-dura. Evil Dead, Fome Animal... Triste é a escassez; quem entra no clima logo se emputece em saber que aquilo ali, quase ninguém sabe fazer. Se o nível de imaginação dessa gente é regado a substâncias ilícitas eu não sei - talvez vendo aqueles rostos acabados do John Carpenter ou do célebre maquiador Tom Savini (que tá em Grindhouse!) dê pra chutar o que as equipes costumam usar... Mas meu amigo, quando um gore é bem feito, é bem feito MESMO. CGI nenhum reproduz o impacto de um efeito 100% artesanal. O papo aí é só pra dizer que finalmente acabo de pôr as mãos em Re-Animator (1985). Não vi na época e nunca saiu em DVD, então acabei pegando o meu tapa-olho e já sabes.
Pra quem não lembra, esse é o filme que Kevin Spacey pede emprestado ao vizinho em Beleza Americana, "aquele em que a cabeça decapitada faz sexo oral na mina". Aos 22 aninhos, essa deliciosa bobagem do diretor Stuart Gordon ainda diverte bastante com suas grosserias. Quando se acha que já mostraram de tudo, os caras provam não enxergar limites na podridão. É decapitação a pazada pra cá, gato morto no frigobar pra lá, o Jeffrey Combs rivalizando com Bruce Campbell como o melhor ator ruim da história e o final, um deus-nos-acuda que acaba no elevador ensangüentado e um bracinho se mexendo. Produçãozinha ordinária, custou uns 10 mil dólares, mas na real só bastavam três ou quatro cenários e uns baldes de sangue falso pra coisa dar certo. Um caso à parte é a trilha, nada menos que o tema de Psicose com um fundinho de bateria programada, tri anos 80! Para ver, ou baixando ou me pedindo uma cópia. Nota 8.

Obrigado a entrar numa fase de filmezinho infantil, eu digo: não é ruim A Menina e o Porquinho (2006). Quem não se desmanchava em lágrimas quando a Charlotte morria no desenho aquele que passava na Bandeirantes, pouco antes do Fofão? (ganha uma bala-banda quem lembrar) Esta adaptação, por mais que seja parecida com o porco Babe, não tem aquele odor desagradável que se podia esperar. Os bichos são simpáticos e a Dakota Fanning, além de aparecer pouco, ainda usa All Star. Os não-pais, já foram ver O Retorno dos Malditos ou O Baixio das Bestas? Nota 7.

Gostei de ver que o Cine Dunas tá resgatando outro hábito dos cinemas antigos daqui: deixar rolando um disco antes da sessão. Quando fui lá ver O Último Rei da Escócia (2006), "Woman", do John Lennon inundava a sala, e depois começaram uns covers dos Beatles. Céus, isso era a cara do Sete de Setembro! Foi lá que vi pela primeira vez o puta rosto do Forest Whitaker, em Traídos pelo Desejo, pelos idos de 1993, onde ele roubava a cena até encapuzado. Aquele carão nasceu pra ser projetado numa tela gigante. Escócia foi mais um Oscar tardio, sim, mas esse prêmio tinha que sair. O homem é fera. Nota 7,5.

Não sei quem foi que disse que Pecados Íntimos (2006) seria esquecido tão rápido quanto Entre Quatro Paredes (2001), filme que consagrou o diretor Todd Field. Não acho. É ainda melhor que a (boa) estréia dele, tem um elencaço - esse Jackie Earle Haley é um assombro! - e não fosse o clímax meio bobalhão, daqueles onde tudo resolve se encaixar na mesma hora, dava pra chamar Field de grande. Nota 8.

No fone: Móveis Coloniais de Acaju - "Aluga-se-vende"

2 comentários:

Anônimo disse...

1) Brincadeira! O cara vem a Poa e ñ dá um sinal de vida...
2) Tá de volta ao mundo virtual ou foi só uma atualizaçãozinha "semestral"? Espero q a primeira opção!!!
3) Re-Animator... Preciso ver esse filme!
4) Crime FERPEITO? Tomara q tenha sido erro de digitação, um filme com esse nome chega a dar medo.

Anônimo disse...

Se tu achas Demolidor ruim, não sabes nada sobre o personagem e não entendes nada...
Kacius