12/26/2005

Jackson's Kong


King Kong foi o meu filme de infância. Não o clássico de 1933, mas a versão tosca de 76 mesmo, aquela que passava na Sessão da Tarde e fazia a gente delirar pela Jessica Lange. Sempre que a Globo anunciava o filme eu já ia me preparando psicologicamente para vê-lo, recortava fotos na Zero Hora do dia pra depois colar no caderninho, fazia os temas mais cedo, comentava com a galerinha na véspera e talicoisa. Além disso, Mestre Halal era fissurado por animais (não à toa, a primeira opção no vestiba foi Veterinária) e seu bicho preferido sempre foi... o gorila!
Hoje eu vejo o quão idiotamente improvável era a produção (Kong avistava as torres gêmeas e se lembrava das montanhas de sua ilha!), que apesar de trazer um ator vestido de macaco a maior parte do tempo, chegou a levar o Oscar de efeitos visuais daquele ano. O classicão em p&b, que eu só conhecia de fotos, só fui assistir bem depois e até comprei em DVD. Depois dessas duas versões cuja parte técnica nos levava às risadas, era de se pensar: como seria King Kong com a tecnologia de hoje? O anúncio de uma refilmagem, admito, mexeu com os meus brios (ainda que eu deteste esse subgênero). Mesmo que o épico de U$ 207 milhões fosse entregue a Michael Bay, era certo que eu iria vê-lo no cinema.
Imagina então a minha alegria ao saber que o diretor escolhido era Peter Jackson, homem de carreira curta mas muitas conquistas. Vejamos: são de sua autoria, pelo menos, o filme mais grotesque da História (Fome Animal), a descoberta de Kate Winslet (Almas Gêmeas) e a trilogia mais bem sucedida de Hollywood (O Senhor dos Anéis). Não é coisa pouca. Pois com Kong o barbudão acrescenta ao seu currículo mais dois títulos de dar inveja: o maior salário já pago a um diretor (U$ 20 milhas) e, o mais importante deles, "o melhor remake de todos os tempos". Mesmo um pouco espichado demais, o filme é mesmo tudo isso que andam dizendo. São muitos os atrativos ao longo de seus 187 minutos: cenas de ação inacreditáveis (a seqüência do Empire State é um sonho, perfeita, perfeita, perfeita), bons atores (com honras para Andy "Gollum" Serkis), fotografia oscarizável, direção de arte e figurinos tinindo, a eficiente trilha sonora feita a toque de caixa por James Newton Howard... Sem dúvida, um dos filmes do ano. É pipoca sim, mas enche a pança. Nota 9.

No fone: The Kills - "Love is a Deserter"

Um comentário:

MOVIEMAD disse...

pq desse 4 então??? pela baba escorrendo pelo blog, 4,5 no mínimo não?????