1/24/2006

Um viva à Continental!

Nunca consegui topar de frente com o faroeste Pequeno Grande Homem (1970). Sempre perdi as sessões na TV e jamais o encontrei nas locadoras daqui. Admiro pacas a filmografia de Dustin Hoffman, especialmente no período mágico dos anos 60 e 70, quando fez coisas como A Primeira Noite de um Homem, Perdidos na Noite, Sob o Domínio do Medo, Papillon, Lenny, Maratona da Morte, Todos os Homens do Presidente, Kramer vs. Kramer... O cara não errava uma!
Pois finalmente achei o Little Big Man semana passada, recém lançado pela Continental Home Video. A distribuidora é vagabundaça (os DVDs quase não oferecem extras, o áudio é 2.0, as capinhas são piores que ilustração de trem-fantasma), mas só este ano já colocou nas prateleiras O Encouraçado Potenkim, Os Sete Samurais, A Grande Ilusão... e aquele lá embaixo!
O filme na verdade não chega a ser um western com todas as letras; é mais um drama ambientado no Velho Oeste. Há também comédia, sexo, aventura, suspense, em suma, todas as variações de gênero que caracterizavam as películas do diretor Arthur Penn (Bonnie & Clyde era um thriller de gângsteres num minuto, e noutro uma comédia rasgada). O ponto de partida de Pequeno... já é fascinante: num hospital, um senhor de 121 anos de idade (interpretado pelo próprio Hoffman, sob pesada maquiagem) relata a um jornalista a trajetória de sua vida, desde a vivência entre os índios cheyennes até seu retorno à civilização e posterior crise de identidade. Chief Dan George, indicado ao Oscar de coadjuvante, e Faye Dunaway compõem personagens cativantes. Mas é Hoffman quem comanda o espetáculo. Nessa época ele ainda mostrava disposição para marcar terreno como o brilhante aluno do Actor's Studio que sempre foi. Uma pena que a indústria do entretenimento foi tão mal-agradecida com o seu talento, hoje restrito a bobagens como O Júri e Entrando numa Fria Maior Ainda. Nota 8,5.

Já John Woo é um dos maiores exemplos de como Hollywood pode foder pra valer com um talento internacional. Desde sua ida à América, o cara só fez uma fita realmente boa (A Outra Face), e desde então só patinou feio (Códigos de Guerra, O Pagamento), arranhando para sempre sua aura de mestre de ação. Acho o seu Fervura Máxima (Hard-Boiled, 1992) um dos cinco mais bombásticos filmes de ação já feitos, mas The Killer - O Matador (1989) é tão bom quanto. Daquele tipo de filme que muda os conceitos de muita gente, pois, por mais que alguém odeie fitas de ação orientais, não há como passar imune a tanta energia e criatividade (alguns diriam insanidade), ultrapassando as limitações de um orçamento nitidamente modesto. É para assistir e virar fã - como Tarantino, que logo depois chamou o chinês para dar uns toques no roteiro de sua estréia, Cães de Aluguel. O resto, como se sabe, é história. Nota 9,5.

No fone: Nancyta e os Grazzers - "Capas de Celular"

3 comentários:

Fernando Halal disse...

"Não gostei"...
Só viu meio minuto!!

Penkala disse...

pá, SOB O DOMÍNIO DO MEDO, tche, que merda, é um dos meus preferidos e NUNCA DEU PRA COMPRAR QUANDO ELE ESTAVA A 20 PILA nas bancas.

pobre é soda, nasce pé rapada e cinéfila. de doer.

Anônimo disse...

Os dois filmes são muito bons......
concordo tbm qdo disse que o john woo se afundou em hollywood

Vagner