3/14/2006

Devedezada

Deus abençoe o DVD. Refúgio de muitos grandes filmes (Donnie Darko, Shaun of the Dead, Narc) que não conseguem se encaixar no meio desse bombardeio semanal de enlatados holywoodianos, as locadoras agora podem ser adotadas como um festival caseiro de cinema alternativo. É só passar o dedo na camada de pó e dar uns petelecos nos mosquitos mortos que encontra-se muitas atrações de dar inveja ao hype do momento. A mais recente delas é o filmaço australiano A Proposta, recém-lançado pela pobretona Califórnia Filmes.
Reduzi-lo à condição de faroeste é covardia. Mesmo quem chineleia o gênero (confesso que não é dos meus preferidos) vai se achar aqui. Tudo bem que ele se desenrola naquelas paisagens áridas de 1800 e pico e todo mundo tem chapéu, cavalo, arma na mão e dente amarelo, só que o que vale aqui é a questão humana da coisa. Segue sinopse: parte da gangue dos irmãos Burns é capturada pelo capitão Stanley (o excepcional Ray Winstone). Este resolve fazer a tal proposta do título a Charlie (Guy Pearce, os olhos mais expressivos do filme): que traga a cabeça do primogênito refugiado, o mais perigoso deles, em troca da vida do caçula mantido como refém. O roteiro, escrito pelo roqueiro Nick Cave, equilibra momentos contemplativos com outros de violência extrema, além de distribuir papéis majestosos a torto e a direito. Junto a Pearce e Winstone, o homem-elefante Jonh Hurt também marca boa presença - e até Danny Huston, que costumo achar insuportável (né, RADS?) tá bem aceitável em cena, ameaçador e tals. O destaque maior, porém, vai para a minha querida Emily Watson. O que ela consegue fazer com o micropapel de esposa sofredora não é brinquedo, não. Toda aquela seqüência final é de chorar, meus guris.
Ponto negativo, apenas, para a versão fullscreen adotada pela distribuidora. Mas não dá pra reclamar muito. Deus abençoe o DVD. Nota 8,5.

Achei que o estouro da Pixar ia provocar a extinção quase total de tesouros artesanais como Wallace & Gromit. Esse Nick Park é foderoso mesmo. O homem simplesmente levou o seu quarto Oscar para casa este ano! Pelo visto, todos merecidíssimos. A gente se mija rindo com tantas piadas boas, tanta inventividade. Queremos massinhas! Nota 8,5.

Quem agüentar os primeiros dez minutos de A Feiticeira pode seguir vendo na boa. Porque o filme é aquilo ali mesmo: assumidamente boboca, com muito overacting (Will Ferrell solto, solto), uns efeitos interessantes aqui e ali, uma trilha óbvia (conseguiram assassinar "Everybody Hurts", do R.E.M., numa cena "dramática") e muita piada chulé. Mesmo com o desastre de bilheteria, não demora muito e eles já devem inventar uma nova versão de Jeannie é um Gênio. Eu tô fora. Nota 5,5.

No fone: Yeah Yeah Yeahs - "Y Control"

2 comentários:

MOVIEMAD disse...

ahammm... Fora Danny "Hurt"!!!

Anônimo disse...

hum... isso tudo é alugado mesmo é daunloudeado?...
agora, é bom mesmo o filme do rob zombie? eu já vi o primeiro dele, House of 1000 corpses, e achei que ficou um pouco aquém, com quase nada de tosqueira, se é que me entendes. esse aí parece mais bizarro, deve ser melhor. Viste o outro? se sim, o q achaste? abraço